A Noiva do Drácula
Capítulo 22
Aquilo só podia ser mais um pesadelo. Não era real. Não podia ser real!
Contudo, apesar de não crer naquilo que estava vendo, esse sonho era ainda mais
real que o outro. Podia senti-la ali, a três degraus de distancia. Ela
estava... com ele. David olha para Alan. Então era ela a noiva dele?
Mas... Como?
Tudo parecia rodar. Mas ainda pode perceber certa confusão nos olhares que Ivan e Alan trocavam. Luana o encarava totalmente estagnada, provavelmente pensando o mesmo que ele. Mas que diabos ela estava fazendo ali? Por que justo ela?
Mas... Como?
Tudo parecia rodar. Mas ainda pode perceber certa confusão nos olhares que Ivan e Alan trocavam. Luana o encarava totalmente estagnada, provavelmente pensando o mesmo que ele. Mas que diabos ela estava fazendo ali? Por que justo ela?
- Bem, pelo
visto, vocês já se conhecem. – Ivan diz surpreso, olhando de David para Luana.
Alan sorri e
a abraça pela cintura.
Tire suas patas imundas dela!
Tire suas patas imundas dela!
- Não sabia
que conhecia meu sobrinho, Bela Lua.
Os olhos dela
estavam dançando de confusão e seu corpo parecia tremer.
- O nome dela não e Bela Lua. – David fala, por fim, tentando se controlar. – E Luana.
- O nome dela não e Bela Lua. – David fala, por fim, tentando se controlar. – E Luana.
- Como?... –
Luana fala o olhando ainda muito confusa.
David desce
os três degraus parando a frente dela. Ela o olha ainda com muita confusão em
seu olhar, ainda espantada com a situação. Estava tão linda vestida daquele
jeito, parecia uma princesa. Porem, infelizmente, não era para ele, e sim, para
o sujeito que a segurava pela cintura. David olha para ele. Como podia ter se
considerado contente pela felicidade do tio,se o mesmo havia roubado sua razão
de viver?
- David, o
que houve? – Alan pergunta parecendo confuso, e olha para Luana querendo algum
tipo de resposta. – Bela Lua?
David trinca
os dentes. A vontade que tinha era abominável demais para seus pensamentos.
- Já disse
que o nome dela e Luana! – ele rosna fazendo seus tios ficarem surpresos com
sua reação.
David volta a
olhar para a mulher pálida parada a sua frente.
- Você sabia
disso?
Ela meneia a
cabeça rapidamente.
- Não. – responde
num sussurro e engole em seco. – Não sabia de nada.
- Mas do que
vocês estão falando? – Ivan pergunta encarando os dois.
David o ignora.
David o ignora.
- Você e
noiva dele, Luana? – ele pergunta a ela, tentando controlar ao máximo seus sentimentos. A dor que sentia era indescritível.
- Sim. – ela
responde num sussurro.
Seus olhos
não piscavam, ela tremia e o olhava assustada. Também era uma grande surpresa para
ela.
Por que? Por que o destino lhe havia pregado mais uma peca? Entretanto, de longe, essa era a pior de todas.
Por que? Por que o destino lhe havia pregado mais uma peca? Entretanto, de longe, essa era a pior de todas.
- Com
licença. – ele fala para seus tios que estão olhando confusos com a cena e
agarra o braço de Luana, a tirando dali.
- David! Aonde
vocês vão?
Ele escuta
Alan o chamar enquanto puxa Luana pela pequena varanda perto do jardim. Ele a
empurra na parede em frente.
- E-Eu não
sabia... – ela fala um tanto nervosa e chocada. – Eu não sabia de nada, David.
Eu juro.
David encara
um braço na parede a encarando.
- Por que
Logo ele, Luana? Por quê?
Ela faz uma
breve pausa o olhando com descrença.
- Eu nunca
imaginei que você fosse um vampiro. Por que nunca me contou?
David engole
em seco. Não esperava esse tipo de pergunta. Alias, não pensava em dizer a
verdade a ela tão cedo. Porem, sabia que um dia teria que lhe contar tudo,
mesmo que ela o enxergasse como uma espécie de aberração.
- Não pensei
em te contar agora. Sobretudo, no presente momento.
Ela o olha no
fundo dos olhos.
- Bem que eu
sempre notei. Você e igual a ele...
David se
enrijece.
- A ele quem?
- Drácula.
Aquela não
era a melhor situação do mundo para rir, porem não teve escolha. David ri
balançando a cabeça. Estava indignado com tudo aquilo – para não dizer com ódio
mortal.
-
Então foi esse o nome que ele disse pra você?
-
Sim. – ela o olha sem entender. - Por
quê?
-
O nome desse cara não e Drácula. E Alan.
Ela
levanta as sobrancelhas, surpresa.
-
O que?
-
O nome desse maldito e Alan. Ele só lhe disse que e o nome dele pra parecer
mais importante, pois não passa de um verme! – David rosna mal controlando sua
própria raiva.
-
Mas por que esta falando dele desse jeito? Que mal ele te fez?
-
Ele roubou a minha mulher!! – David grita e soca a parede. Luana se encolhe
assustada com sua atitude. – Ele roubou você de mim!
-
David... Ele não sabia. Eu também não. – ela diz num sussurro. – Isso foi coisa
do acaso. Por favor, não fique assim.
David
sorri nervoso.
-
Não ficar assim? E como você quer que eu fique, Luana? – ele chega mais perto
dela. – Fala!
Porem, antes que ela possa lhe responder, Alan e Ivan aparecem. Davi tira o braço apoiado ao lado do rosto de Luana e os encara.
Porem, antes que ela possa lhe responder, Alan e Ivan aparecem. Davi tira o braço apoiado ao lado do rosto de Luana e os encara.
-
David, Luana. – Alan fala chegando. – O que estavam fazendo? Ficamos procurando
vocês.
David
o encara intensamente. Definitivamente, sua alegria por ele se transformara em puro
ódio.
-
Por que você não usa sua telepatia de merda?
-
David! – Ivan o repreende. – O que houve com você?
Alan
o encara confuso. Parecia haver confusão em seu olhar. Será que ele não sabia?
-
Não ligue para meu sobrinho, Luana. – Ivan se dirige a Luana. – David pode ser
bem mal educado, às vezes.
Luana
assente olhando para baixo. Parecia não querer olhar para ele.
-
Tudo bem. Eu o conheço há muito tempo.
Queria
entender bem o que ela queria dizer com aquilo, mas no fundo sabia. Ele não passava
de um encosto mal educado para ela. Alan pega na mão dela. Ainda não podia crer
no que estava acontecendo. Aquilo só podia ser um sonho ruim. Muito ruim.
-
E admirável que vocês se conheçam. – Ivan diz. – David pode às vezes ser um pouco
serio, Luana. Mas e um bom menino.
Luana
da um sorriso amarelo para Ivan e rapidamente desvia o olhar para a mão forte
de Alan, que segura a sua.
-
Bem, vamos entrar? – Alan pergunta a eles, olhando especialmente para Luana.
Seu
olhar era intenso e atrevido. A vontade que sentia era de apertar aquele pescoço
arrogante.
-
Sim. – Luana assente, ainda tentando desviar seu olhar de David.
- Você vem, David?
Ivan
pergunta, enquanto Alan esta com o braço apoiado nas costas de Luana guiando-a
ate a sala de jantar. David segue cada movimento tentando manter o máximo de
controle possível, apesar de não estar conseguindo nem um pouco. Ele aperta o punho
e olha para Ivan.
-
Vou. Claro que vou.
Não
a deixaria de maneira alguma. Acompanharia tudo naquele maldito jantar. E só um
toque a mais que ele desse nela... Não controlaria seus
impulsos um minuto
a mais.
* * *
Seu coração não conseguia mais bater no mesmo ritmo. Estava mais nervosa que qualquer outro momento de sua vida. E o mais engraçado era que achava que poderia ter um pouco de paz depois daquele dia infernal, porem se enganara. Aquilo era ainda pior do que tinha passado por todo aquele dia. A situação era tao tensa e esmagadora que nem sabia como respirar.
- Esta bem, Bela Lua? - Drácula sussurra em seu ouvido.
Ela olha para ele.
- Você mentiu pra mim.
Drácula franze a testa, confuso.
- Menti para você? Como, Bela Lua?
Luana ignora seu olhar confuso e continua caminhando ate chegar a mesa pomposa. Estava tudo muito lindo.
- Seu nome diz tudo.
Drácula fica em silencio, provavelmente pensando em algo, e puxa a cadeira para ela sentar.
- Desculpe-me,Bela Lua. Depois conversamos sobre isso.
Luana assente e se senta na cadeira. Certamente aquele era o dia mais complicado de sua vida. Intrigas,mentiras, brigas, revelações... Luana levanta seu olhar e percebe que David já esta sentado a sua frente,olhando-a de forma intensa. Seu coração acelera ainda mais e ela respira fundo para tentar controlar suas emoções. Oh, céus, ele era um vampiro!
Mas... Como? Como ele podia ser um vampiro? Conhecia David desde os dezesseis anos de idade, mas nunca notara algo sobrenatural nele. Sempre foi um cara estranho,sim,mas jamais imaginaria que por traz daquela estranheza toda havia um grande segredo. Então era por isso que ele ficava mais isolado de todos. Agora entendia.Pobre David!
Agora se arrependia no fundo de sua alma por ter sido tao dura com ele, quando tudo o que ele precisava era de alguém a seu lado. Contudo, seu olhar ainda a fazia tremer da cabeça aos pés. Ele não parava de olhar para ela. Rapidamente Luana desvia seu olhar do dele e sorri para seu noivo que esta sentado ao seu lado.
- O que teremos pro jantar? Sangue? - seu rosto congela só de pensar.
Drácula sorri.
- Não,Bela Lua. Comeremos como humanos, não se preocupe.
Luana sorri aliviada. Ela repara que o olhar de David não era mais dirigido a ela, e sim, para Drácula. Ou Alan. Seu olhar era totalmente sombrio e ameaçador. Podia sentir ódio fluindo dele.
Naquele exato momento Shartene e Miranda surgem na grande sala de jantar, cada uma segurando uma bandeja que pareciam ser de prata, com dois pratos apoiados em cada. As duas criadas servem os pratos com certa habilidade, e a cumprimentam sorrindo.
- Lady Luana. - Shartene a cumprimenta ao servi-la.
Luana sorri um pouco desajeitada para as duas.
- Ola, Shartene. Miranda.
- Ola, Lady Luana. - Miranda a cumprimenta educadamente.
Elas fazem uma pequena reverencia e logo se retiram. Luana olha para seu prato. O Pene ao molho branco devia estar delicioso.
- Elas comem aonde? - ela pergunta a Drácula.
- Elas, quem? Shartene e Miranda?
Luana assente.
- Elas comem na cozinha, Bela Lua. - ele lhe responde com um leve sorriso educado.
- Ah, sim.
Luana come um pouco de sua comida e sem querer acaba olhando para David. Ele estava encarando seu prato, sua expressão era de total repulsa.Agora entendia o por que de ele ter encarado a taca de vinho da mesma maneira na noite anterior.
- Bela Lua.
A voz de Drácula chama sua atenção. Ele chega bem perto dela e fala baixo.
- Peco desculpas por ter mentido.
Ela lhe sorri.
- Tudo bem. Mas na verdade, não sei do que te chamar agora.
- Do que você quiser,minha lady.
Luana sorri mais a vontade. O charme dele não tinha fim. E adorava aquilo.
- OK. Mas por que escolheu "Drácula"?
- Soa mais poderoso.
Luana sorri, achando graça do comentário.
- Mas você já e poderoso.
Alan sorri.
- Não tanto quanto ele.
Luana sorri balançando a cabeça. Seu noivo também sabia ser bastante complicado de se entender.
- Tudo bem. Pra mim, você sera Alan. Pros meus amigos você continuara sendo Drácula.
Ele lhe dirige um olhar questionador.
- Contou para seus amigos?
- Alguns. - ela responde. - Mas não se preocupe. Tenho poucos amigos.
Luana engole em seco ao relembrar com a amarga discussão que tivera com Nina, e o fim de sua amizade com a mesma. Aquilo ainda lhe doía.
- Tome cuidado,Bela Lua. - Ivan fala entrando na conversa e toma um gole de água que esta em sua taca. - Nem todos os humanos tem boas intenções com aquilo que e desconhecido para eles.
- Sera mesmo? - a voz de David ressoa no recinto. - Ou sera que vampiros não tem boas intenções com humanos e os tratam como vermes?
- David, esqueça isso. - Ivan fala para ele. - Isso faz parte do passado.
David sorri sarcasticamente. Seu sorriso era tao lindo.
- Esquecer... Tudo bem, Ivan. Vou acatar sua ordem, só porque você quer. - diz sarcasticamente.
- Não estou ordenando, David. Estou pedindo. E falo porque sei que aquilo ainda acaba com você.
Luana franze o cenho. Mas do que eles estavam falando?
- Acabar comigo? - David vira o rosto e a encara com aqueles olhos predadores e ainda mais intensos que os de Drácula. - Você não tem ideia do que realmente acaba comigo. - ele diz para Ivan, mas ainda encarando-a.
Seu coração não conseguia parar quieto. So de olha-lo ficava bamba. Se antes seu olhar já a fazia tremer, agora muito mais.
- Por que encara tanto minha noiva, David?
A voz de Drácula surge de repente. David dirige seu olhar mortal a ele.
- Pensei que vocês fossem amigos. Amigos não se encaram assim. Vai deixa-la desconfortável.
- Não se preocupe. - Luana diz a seu noivo.
O olhar de David para seu tio era puro ódio tentando ser controlado.
- Ah,sim. Você pensou. Você pensa em tudo, não e,Alan?
- Penso em tudo? Não estou entendendo, David. - Drácula diz olhando com certa confusão para seu sobrinho.
David estava claramente tentando acusar seu tio.
Ele bufa e engole sua taca de água por inteiro. Seu nervosismo era aparente.
- Ah, não sabe? - ele levanta da cadeira. - Vou tomar um ar.
Luana segue seu caminhar ate as portas duplas que conduz a varanda. David para por um momento e a encara, logo depois saindo. Ivan sorri para ela, tranquilizando-a.
- Não se preocupe, Luana. As vezes David e um pouco fechado. Mas como você o conhece, já deve estar acostumada como nos.
- Eu que o diga. - Drácula diz levando uma garfada da comida ate a boca. - Ele sempre fala em enigmas. Difícil decifra-lo.
Luana assente brevemente e volta a comer. Aquilo estava sendo constrangedor demais. O que achava que poderia ser uma bela noite estava se tornando o inicio de um pesadelo. Afinal, quem diria a ela que seria disputada por tio e sobrinho?
Quem diria que aquilo pudesse acontecer em sua vida? Seu próprio tio havia roubado a mulher que mais amava no mundo. David fecha os olhos tentando absorver toda aquela situação. Passara por momentos muito ruins em sua vida, mas nenhum se comparava a esse. Podia sentir seu coração se despedaçando lentamente, a dor era insuportável. Agora sabia o significado de aquele mundo ser pequeno, como muitas pessoas em filmes se expressavam. Nunca,em um milhão de anos, imaginaria que Luana estaria noiva dele. Aquilo era insuportável demais para pensar. A verdade e que estava num verdadeiro dilema. Ou aquilo não passava de uma coincidência, ou Alan tinha armado tudo aquilo de proposito. Mas, alguma coisa dentro de si dizia que a segunda questão era a mais correta. Vai ver, era tudo um plano dele desde o inicio. Mas por que ele faria aquilo?
David passa a mão no cabelo, muito nervoso. Estava prestes a perder o controle que lhe restava, seu corpo tremia de puro ódio. No entanto, arranjaria uma forma de acabar com aquilo, sendo coincidência ou não. Luana jamais pertenceria a Alan.
- Nunca vai te-la, Alan. Nem por cima do meu cadáver.
Depois de um tempo tentando tomar o máximo de ar para seus pulmões, David adentra a grande sala de estar. Seus tios e Luana estavam sentados e conversando bebendo cafe enquanto eram servidos com bolinhos por Shartne e Miranda. Ve-los agindo como humanos chegava a ser patético. David olha para Luana. Alan estava a seu lado, acariciando sua mão delicada e feminina. So de vê-los assim o deixava com o sangue fervendo.
Ela estava claramente se divertindo com eles. Porem, saber do passado por uma conversa tola com Ivan e Alan mais do que todo aquele tempo que a conhecera era deprimente. Ela realmente nunca foi totalmente sincera com ele. Nunca teve confiança absoluta para dividir seus segredos mais íntimos, felizes e sombrios. Céus, mas o que podia fazer para ela confiar nele? O que mais podia fazer para ela o ver mais que um simples amigo?
Ivan nota sua presença.
- David. Onde estava?
Alan e Luana olham para ele. Luana rapidamente desvia o olhar.
- Estava tomando um ar.
Aquele medo e repulsa nos olhos dela o deixavam louco. A vontade que sentia era de agarra-la e trancar numa torre, para fazer dela so sua. Mas entendia, de um certo ponto, aquele medo todo. Agora ela sabia que ele era um vampiro, apesar de não ser dessa maneira que ele queria que ela soubesse.
- O que vocês estão fazendo? - ele pergunta.
- Bela Lua estava nos contando sobre sua vida. - Alan responde cruzando uma perna por cima da outra. - Ela também contou como vocês dois se conheceram. Bom ver que vocês são amigos ha muito tempo. - ele sorri.
David o encara. Aquelas mãos dele nela o estava irritando.
- E creio que você não sabia. - diz em tom irônico.
Queria testa-lo, coloca-lo contra a parede ate saber se aquilo era um plano arquitetado por ele.
- Claro que não, David. Não sabia que vocês se conheciam a tanto tempo. Na verdade, e uma surpresa.
Ivan sorri bebendo seu cafe.
- Uma coincidência incrível.
David olha de novo para Luana. Ela ficava o tempo todo desviando o olhar do seu. Aquilo estava o matando.
- Ah, sim. Uma coincidência... E o que mais você contou pra eles, Luana?
Ela o olha. Mas dessa vez seu olhar era diferente, parecia que queria ver alem dele. Mal ela sabia que tudo o que ela quisesse, ele lhe daria em dobro. Droga, ela era tao linda e perfeita.
- Eu... - ela olha brevemente para Alan, que lhe sorri. - Eu disse a eles que moro com minha madrinha desde pequena... Tambem disse que ela gosta muito de você.
David acaba cedendo ao sorriso ao lembrar do quanto Dolores tinha sido carinhosa com ele durante todos esses anos. Ela era uma mãe que nunca teve. So de pensar, sua expressão fica mais sombria. "Mae" era a palavra que nunca poderia falar para a mulher que lhe dera a luz. Queria saber por que o destino era tao cruel com ele. Cada tempo que passava era um desafio maior que tinha que passar. Ja estava farto daquela vida desgraçada.
David, nervoso, começa a andar de um lado para o outro da sala. Não sabia por quanto tempo mais aguentaria aquilo. Seu controle estava por um fio.
- David, o que houve com você? - Ivan pergunta, claramente preocupado.
- O que houve, David? - Alan também pergunta, observando-o cautelosamente.
Chega. Aquele era o limite. David o encara furiosamente.
- Tem certeza que não sabe, hipócrita de merda?!
Alan fica surpreso com a reação do sobrinho e se levanta, Luana o acompanha tao surpresa quanto.
- David, por favor! - ela fala. - Pare com isso!
David a encara. Ele estava furioso, e ela assustada e com olhos suplicantes. Talvez, não queria que o querido noivo soubesse dos beijos que tinha roubado dela na noite anterior, e o quanto a amava desesperadamente. Mas, no fundo, ele sabia! Os três ficam de pé, olhando-o indignados. Alan envolve o braco na cintura de Luana, que continua a olhar para David.
- Não sei o que deu em você, David. Mas hoje teremos uma longa conversa. - Alan diz o encarando.
- Acalmem-se. - Ivan diz tentando controlar a tensão no ambiente. - Alan, David so esta um pouco nervoso por causa de hoje a tarde.
David olha para Ivan. Ele achava mesmo que tinha medo de Alan? O que mais queria era fazer seu jovem tio se arrepender de sua escolha infeliz. Luana não olhava mais para ele, nem Alan. Ele estava falando algo em seu ouvido. Aquilo era uma provocação. Ele estava fazendo de proposito.
- Vamos, Luana! - David a chama com a voz grave e caminha em direcao as portas duplas.
- Ir para onde, David? - Alan pergunta.
David continua de costas para eles, encarando as grandes portas duplas.
- Ja esta tarde. Luana tem que ir pra casa. - ele responde comum falso controle.
- Eu poso leva-la, David. Não se preocupe.
Quando estava prestes a enlouquecer por não ter um bom plano, Luana fala.
- Não Alan. Tenho que conversar com David. Seria bom se ficássemos sozinhos por um tempo. - ela sorri agradecida para seus Ivan e Alan. - Obrigada por essa noite, foi muito boa. Adorei revê-lo, Ivan.
Ele também sorri.
- Tambem adorei conhece-la, Luana.Por favor, venha mais vezes. - ele beija sua mao numa reverencia. - So não garanto que comeremos macarrão ao molho branco novamente.
- Conversarmos sobre o que? - ela engole em seco ao reparar na aparência selvagem que ele estava depois de ter guinchado o carro.
Ele a olha intensamente com aqueles olhos perigosos.
- Você sabe muito bem. Foi por isso que você veio, pra conversarmos. - ele liga o carro. - Mas aqui, não. Tem publico demais.
Dizendo isso, David arranca com o carro, mas agora menos rápido que antes. Céus, estava morrendo de medo dele. O que ele estava pretendendo fazer?
- Esta com medo de mim, e?
Luana abre os olhos e percebe que toda hora ele a encara.
- Esta bem, Bela Lua? - Drácula sussurra em seu ouvido.
Ela olha para ele.
- Você mentiu pra mim.
Drácula franze a testa, confuso.
- Menti para você? Como, Bela Lua?
Luana ignora seu olhar confuso e continua caminhando ate chegar a mesa pomposa. Estava tudo muito lindo.
- Seu nome diz tudo.
Drácula fica em silencio, provavelmente pensando em algo, e puxa a cadeira para ela sentar.
- Desculpe-me,Bela Lua. Depois conversamos sobre isso.
Luana assente e se senta na cadeira. Certamente aquele era o dia mais complicado de sua vida. Intrigas,mentiras, brigas, revelações... Luana levanta seu olhar e percebe que David já esta sentado a sua frente,olhando-a de forma intensa. Seu coração acelera ainda mais e ela respira fundo para tentar controlar suas emoções. Oh, céus, ele era um vampiro!
Mas... Como? Como ele podia ser um vampiro? Conhecia David desde os dezesseis anos de idade, mas nunca notara algo sobrenatural nele. Sempre foi um cara estranho,sim,mas jamais imaginaria que por traz daquela estranheza toda havia um grande segredo. Então era por isso que ele ficava mais isolado de todos. Agora entendia.Pobre David!
Agora se arrependia no fundo de sua alma por ter sido tao dura com ele, quando tudo o que ele precisava era de alguém a seu lado. Contudo, seu olhar ainda a fazia tremer da cabeça aos pés. Ele não parava de olhar para ela. Rapidamente Luana desvia seu olhar do dele e sorri para seu noivo que esta sentado ao seu lado.
- O que teremos pro jantar? Sangue? - seu rosto congela só de pensar.
Drácula sorri.
- Não,Bela Lua. Comeremos como humanos, não se preocupe.
Luana sorri aliviada. Ela repara que o olhar de David não era mais dirigido a ela, e sim, para Drácula. Ou Alan. Seu olhar era totalmente sombrio e ameaçador. Podia sentir ódio fluindo dele.
Naquele exato momento Shartene e Miranda surgem na grande sala de jantar, cada uma segurando uma bandeja que pareciam ser de prata, com dois pratos apoiados em cada. As duas criadas servem os pratos com certa habilidade, e a cumprimentam sorrindo.
- Lady Luana. - Shartene a cumprimenta ao servi-la.
Luana sorri um pouco desajeitada para as duas.
- Ola, Shartene. Miranda.
- Ola, Lady Luana. - Miranda a cumprimenta educadamente.
Elas fazem uma pequena reverencia e logo se retiram. Luana olha para seu prato. O Pene ao molho branco devia estar delicioso.
- Elas comem aonde? - ela pergunta a Drácula.
- Elas, quem? Shartene e Miranda?
Luana assente.
- Elas comem na cozinha, Bela Lua. - ele lhe responde com um leve sorriso educado.
- Ah, sim.
Luana come um pouco de sua comida e sem querer acaba olhando para David. Ele estava encarando seu prato, sua expressão era de total repulsa.Agora entendia o por que de ele ter encarado a taca de vinho da mesma maneira na noite anterior.
- Bela Lua.
A voz de Drácula chama sua atenção. Ele chega bem perto dela e fala baixo.
- Peco desculpas por ter mentido.
Ela lhe sorri.
- Tudo bem. Mas na verdade, não sei do que te chamar agora.
- Do que você quiser,minha lady.
Luana sorri mais a vontade. O charme dele não tinha fim. E adorava aquilo.
- OK. Mas por que escolheu "Drácula"?
- Soa mais poderoso.
Luana sorri, achando graça do comentário.
- Mas você já e poderoso.
Alan sorri.
- Não tanto quanto ele.
Luana sorri balançando a cabeça. Seu noivo também sabia ser bastante complicado de se entender.
- Tudo bem. Pra mim, você sera Alan. Pros meus amigos você continuara sendo Drácula.
Ele lhe dirige um olhar questionador.
- Contou para seus amigos?
- Alguns. - ela responde. - Mas não se preocupe. Tenho poucos amigos.
Luana engole em seco ao relembrar com a amarga discussão que tivera com Nina, e o fim de sua amizade com a mesma. Aquilo ainda lhe doía.
- Tome cuidado,Bela Lua. - Ivan fala entrando na conversa e toma um gole de água que esta em sua taca. - Nem todos os humanos tem boas intenções com aquilo que e desconhecido para eles.
- Sera mesmo? - a voz de David ressoa no recinto. - Ou sera que vampiros não tem boas intenções com humanos e os tratam como vermes?
- David, esqueça isso. - Ivan fala para ele. - Isso faz parte do passado.
David sorri sarcasticamente. Seu sorriso era tao lindo.
- Esquecer... Tudo bem, Ivan. Vou acatar sua ordem, só porque você quer. - diz sarcasticamente.
- Não estou ordenando, David. Estou pedindo. E falo porque sei que aquilo ainda acaba com você.
Luana franze o cenho. Mas do que eles estavam falando?
- Acabar comigo? - David vira o rosto e a encara com aqueles olhos predadores e ainda mais intensos que os de Drácula. - Você não tem ideia do que realmente acaba comigo. - ele diz para Ivan, mas ainda encarando-a.
Seu coração não conseguia parar quieto. So de olha-lo ficava bamba. Se antes seu olhar já a fazia tremer, agora muito mais.
- Por que encara tanto minha noiva, David?
A voz de Drácula surge de repente. David dirige seu olhar mortal a ele.
- Pensei que vocês fossem amigos. Amigos não se encaram assim. Vai deixa-la desconfortável.
- Não se preocupe. - Luana diz a seu noivo.
O olhar de David para seu tio era puro ódio tentando ser controlado.
- Ah,sim. Você pensou. Você pensa em tudo, não e,Alan?
- Penso em tudo? Não estou entendendo, David. - Drácula diz olhando com certa confusão para seu sobrinho.
David estava claramente tentando acusar seu tio.
Ele bufa e engole sua taca de água por inteiro. Seu nervosismo era aparente.
- Ah, não sabe? - ele levanta da cadeira. - Vou tomar um ar.
Luana segue seu caminhar ate as portas duplas que conduz a varanda. David para por um momento e a encara, logo depois saindo. Ivan sorri para ela, tranquilizando-a.
- Não se preocupe, Luana. As vezes David e um pouco fechado. Mas como você o conhece, já deve estar acostumada como nos.
- Eu que o diga. - Drácula diz levando uma garfada da comida ate a boca. - Ele sempre fala em enigmas. Difícil decifra-lo.
Luana assente brevemente e volta a comer. Aquilo estava sendo constrangedor demais. O que achava que poderia ser uma bela noite estava se tornando o inicio de um pesadelo. Afinal, quem diria a ela que seria disputada por tio e sobrinho?
* * *
David passa a mão no cabelo, muito nervoso. Estava prestes a perder o controle que lhe restava, seu corpo tremia de puro ódio. No entanto, arranjaria uma forma de acabar com aquilo, sendo coincidência ou não. Luana jamais pertenceria a Alan.
- Nunca vai te-la, Alan. Nem por cima do meu cadáver.
* * *
Ela estava claramente se divertindo com eles. Porem, saber do passado por uma conversa tola com Ivan e Alan mais do que todo aquele tempo que a conhecera era deprimente. Ela realmente nunca foi totalmente sincera com ele. Nunca teve confiança absoluta para dividir seus segredos mais íntimos, felizes e sombrios. Céus, mas o que podia fazer para ela confiar nele? O que mais podia fazer para ela o ver mais que um simples amigo?
Ivan nota sua presença.
- David. Onde estava?
Alan e Luana olham para ele. Luana rapidamente desvia o olhar.
- Estava tomando um ar.
Aquele medo e repulsa nos olhos dela o deixavam louco. A vontade que sentia era de agarra-la e trancar numa torre, para fazer dela so sua. Mas entendia, de um certo ponto, aquele medo todo. Agora ela sabia que ele era um vampiro, apesar de não ser dessa maneira que ele queria que ela soubesse.
- O que vocês estão fazendo? - ele pergunta.
- Bela Lua estava nos contando sobre sua vida. - Alan responde cruzando uma perna por cima da outra. - Ela também contou como vocês dois se conheceram. Bom ver que vocês são amigos ha muito tempo. - ele sorri.
David o encara. Aquelas mãos dele nela o estava irritando.
- E creio que você não sabia. - diz em tom irônico.
Queria testa-lo, coloca-lo contra a parede ate saber se aquilo era um plano arquitetado por ele.
- Claro que não, David. Não sabia que vocês se conheciam a tanto tempo. Na verdade, e uma surpresa.
Ivan sorri bebendo seu cafe.
- Uma coincidência incrível.
David olha de novo para Luana. Ela ficava o tempo todo desviando o olhar do seu. Aquilo estava o matando.
- Ah, sim. Uma coincidência... E o que mais você contou pra eles, Luana?
Ela o olha. Mas dessa vez seu olhar era diferente, parecia que queria ver alem dele. Mal ela sabia que tudo o que ela quisesse, ele lhe daria em dobro. Droga, ela era tao linda e perfeita.
- Eu... - ela olha brevemente para Alan, que lhe sorri. - Eu disse a eles que moro com minha madrinha desde pequena... Tambem disse que ela gosta muito de você.
David acaba cedendo ao sorriso ao lembrar do quanto Dolores tinha sido carinhosa com ele durante todos esses anos. Ela era uma mãe que nunca teve. So de pensar, sua expressão fica mais sombria. "Mae" era a palavra que nunca poderia falar para a mulher que lhe dera a luz. Queria saber por que o destino era tao cruel com ele. Cada tempo que passava era um desafio maior que tinha que passar. Ja estava farto daquela vida desgraçada.
David, nervoso, começa a andar de um lado para o outro da sala. Não sabia por quanto tempo mais aguentaria aquilo. Seu controle estava por um fio.
- David, o que houve com você? - Ivan pergunta, claramente preocupado.
- O que houve, David? - Alan também pergunta, observando-o cautelosamente.
Chega. Aquele era o limite. David o encara furiosamente.
- Tem certeza que não sabe, hipócrita de merda?!
Alan fica surpreso com a reação do sobrinho e se levanta, Luana o acompanha tao surpresa quanto.
- David, por favor! - ela fala. - Pare com isso!
David a encara. Ele estava furioso, e ela assustada e com olhos suplicantes. Talvez, não queria que o querido noivo soubesse dos beijos que tinha roubado dela na noite anterior, e o quanto a amava desesperadamente. Mas, no fundo, ele sabia! Os três ficam de pé, olhando-o indignados. Alan envolve o braco na cintura de Luana, que continua a olhar para David.
- Não sei o que deu em você, David. Mas hoje teremos uma longa conversa. - Alan diz o encarando.
- Acalmem-se. - Ivan diz tentando controlar a tensão no ambiente. - Alan, David so esta um pouco nervoso por causa de hoje a tarde.
David olha para Ivan. Ele achava mesmo que tinha medo de Alan? O que mais queria era fazer seu jovem tio se arrepender de sua escolha infeliz. Luana não olhava mais para ele, nem Alan. Ele estava falando algo em seu ouvido. Aquilo era uma provocação. Ele estava fazendo de proposito.
- Vamos, Luana! - David a chama com a voz grave e caminha em direcao as portas duplas.
- Ir para onde, David? - Alan pergunta.
David continua de costas para eles, encarando as grandes portas duplas.
- Ja esta tarde. Luana tem que ir pra casa. - ele responde comum falso controle.
- Eu poso leva-la, David. Não se preocupe.
Quando estava prestes a enlouquecer por não ter um bom plano, Luana fala.
- Não Alan. Tenho que conversar com David. Seria bom se ficássemos sozinhos por um tempo. - ela sorri agradecida para seus Ivan e Alan. - Obrigada por essa noite, foi muito boa. Adorei revê-lo, Ivan.
Ele também sorri.
- Tambem adorei conhece-la, Luana.Por favor, venha mais vezes. - ele beija sua mao numa reverencia. - So não garanto que comeremos macarrão ao molho branco novamente.
David olha para seu tio mais velho.
- Ivan, me
deixaria levá-la em seu carro? Não estou com meu carro aqui.
- Tem meu
carro, David. – Alan diz. – Vocês podem ir nele.
David o
encara.
- Não vou em
seu carro.
- Onde
Shartene e Miranda estão? – Luana pergunta a Alan, fazendo o mesmo deixar de
encarar David e olhar ara ela. – Quero me despedir delas.
Ele sorri. parecia
sentir algo por ela.
- Estão na
cozinha, meu amor.
Luana sorri
agradecida e lança um rápido olhar para David, indo em direção a cozinha.
“Meu amor”...
Alan claramente queria lhe provocar. Era um maldito miserável.
David estende a mão para Ivan.
David estende a mão para Ivan.
- A chave.
Ivan caminha
ate uma pequena mesinha de madeira, perto de sua poltrona favorita e abre a
gaveta, tirando um molho de chaves de la. Ele joga para David, que as agarra.
Alan volta a olhar para ele.
- David, não sei
o por que de você estar dessa forma. Mas hoje a noite teremos uma longa conversa.
David o
encara intensamente.
- Você já disse
isso. E pode apostar que sim.
David então sai
da presença deles e anda pelo jardim em direção ao Mustang antigo que estava parado.
Logo, logo ficaria sozinho com Luana. E dessa vez ela não lhe escaparia.
* * *
Shartene e
Miranda eram umas graças. Ambas eram bem divertidas e alegres, apesar daquele
clima tenso e sombrio na casa. Tinha gostado muito delas. Porem, não havia
gostado nem um pouco desde aquela manha ate a noite. Tudo havia sido um
fracasso. E agora teria que lidar com o terrível humor de David que estava
dirigindo a toda velocidade pela estrada. Sua raiva era totalmente palpável, principalmente
depois que dera um beijo de despedida em Drácula – ou Alan. David estava louco.
Estava com mais medo dele agora do que de costume.
Ele para num acostamento num movimento tão brusco que os dois quase são jogados para fora dos bancos, mas são protegidos pelos cintos de segurança. Luana olha em volta. Eles estavam na mesma praia de antes!
David tira o cinto de segurança e desce rápido do carro e tranca a porta do lado de fora. Oh, céus, o que ele vai fazer?, Luana pensa já beirando ao desespero. David estava irracional. Ele não a escutava, passara todo o caminho calado e nervoso como um cão. Como tudo havia mudado. Não havia um momento em que ela não ficasse com medo dele. Devia ser porque ele era um vampiro. Era muito estranho imaginar que seu melhor amigo era um vampiro. Não era a toa que era tão parecido com o tio. Fisicamente, claro.
Luana apóia a cabeça no banco e fecha os olhos. Queria imaginar que aquilo tudo não estava acontecendo. Só aquele dia valia por mil, e sabia que teria mais devido ao humor furioso de David.
Alguma coisa bate no carro e a desperta. Ela abre a janela e olha para fora. David esta guinchando seu próprio carro no de seu tio com uma corrente que ele provavelmente pegou no porta-malas. Ah, sim. Ele havia ido para casa no carro do tio. A praia não estava tão cheia como estava a tarde, mas ainda havia bastante pessoas se divertindo, e bem iluminada. David rapidamente volta para o carro batendo a porta com tanta forca que a assusta. Ele a encara intensamente.
- Hora de
conversarmos, não e, Luana? Ele para num acostamento num movimento tão brusco que os dois quase são jogados para fora dos bancos, mas são protegidos pelos cintos de segurança. Luana olha em volta. Eles estavam na mesma praia de antes!
David tira o cinto de segurança e desce rápido do carro e tranca a porta do lado de fora. Oh, céus, o que ele vai fazer?, Luana pensa já beirando ao desespero. David estava irracional. Ele não a escutava, passara todo o caminho calado e nervoso como um cão. Como tudo havia mudado. Não havia um momento em que ela não ficasse com medo dele. Devia ser porque ele era um vampiro. Era muito estranho imaginar que seu melhor amigo era um vampiro. Não era a toa que era tão parecido com o tio. Fisicamente, claro.
Luana apóia a cabeça no banco e fecha os olhos. Queria imaginar que aquilo tudo não estava acontecendo. Só aquele dia valia por mil, e sabia que teria mais devido ao humor furioso de David.
Alguma coisa bate no carro e a desperta. Ela abre a janela e olha para fora. David esta guinchando seu próprio carro no de seu tio com uma corrente que ele provavelmente pegou no porta-malas. Ah, sim. Ele havia ido para casa no carro do tio. A praia não estava tão cheia como estava a tarde, mas ainda havia bastante pessoas se divertindo, e bem iluminada. David rapidamente volta para o carro batendo a porta com tanta forca que a assusta. Ele a encara intensamente.
- Conversarmos sobre o que? - ela engole em seco ao reparar na aparência selvagem que ele estava depois de ter guinchado o carro.
Ele a olha intensamente com aqueles olhos perigosos.
- Você sabe muito bem. Foi por isso que você veio, pra conversarmos. - ele liga o carro. - Mas aqui, não. Tem publico demais.
Dizendo isso, David arranca com o carro, mas agora menos rápido que antes. Céus, estava morrendo de medo dele. O que ele estava pretendendo fazer?
- Esta com medo de mim, e?
Luana abre os olhos e percebe que toda hora ele a encara.
- Por favor, pare
de olhar pra mim. Vamos acabar sofrendo um acidente.
Ele sorri.
- Bom. Assim
morremos juntos e não terei que dividir você com aquele miserável.
Luana o
encara, estarrecida. Não acreditava no que estava ouvindo. Como ele podia dizer
aquilo de uma hora para outra, tão naturalmente?
- Você...
- Estou
brincando. – ele diz antes dela. – Jamais faria alguma coisa contra você. Na
verdade, quem tem que morrer aqui sou eu. Apenas eu.
- David! Não fale
isso!
- Mas e a
verdade! – ele olha para ela. – A mulher que eu amo me trocou pelo meu próprio tio.
- Eu não sabia
que ele era seu tio!
- Não sabia?
OK. Mas você me trocaria por qualquer um mesmo, não e? Assim como sempre fez.
- Não fale
assim, David.
- Ah, não? E
como eu devo falar?
Ele beirava o
insuportável de tão nervoso que estava.
- David,
vamos conversar com calma amanha.
- Amanha, não.
Hoje. E melhor que seja aqui no carro, pois sei que sua madrinha não vai querer
ouvir nossa conversa a essa hora. Nem eu quero que ela ouça.
- David... Por
favor, se acalme.
Ele da uma risada.
Luana se encolhe de medo.
- Me acalmar,
e?... Você ainda não viu nada. – ele a olha de soslaio.
Luana fecha
os olhos com forca, virando-se para o lado oposto. Lidar com ele seria uma
tarefa muito difícil e perigosa. Mas teria que agüentar aquilo tudo, pois ainda
era seu amigo. Não o abandonaria como antes. Agora,mais do que nunca, tentaria
entende-lo.
* * *
David
estaciona em frente à casa de Luana. Ele olha para ela. Parecia uma menininha
assustada de tanto que se encolhia. Mas seu foco principal não era colocar medo
nela, mas fazê-la entender de uma vez por todas a quem pertencia. Ele solta seu
cinto de segurança e o dela.
- Primeiro você,
Luana. Me diga. Diga pra mim o que você tanto queria.
Ele chega
mais perto dela, vendo-a corar e suspirar. Adorava quando ela suspirava por
ele. Sempre tentava dar uma de indiferente, mas sabia que ela o desejava, e muito.
Porem, não queria apenas seu desejo, mas seu amor por completo. A queria só
sua, inteiramente.
- Diga, Luana...
– ele sussurra chegando cada vez mais perto.
- David...
Eu... – ela fala gaguejando. Era perceptível seu nervosismo. – Eu só queria te pedir
desculpas... pela forma como te tratei. – ela engole em seco. – Você nunca
mereceu minha indiferença. Você sempre esteve ao meu lado, me apoiando... E lhe
agradeço por isso. – ela se ajeita no banco de uma forma que possa ficar mais
longe dele. - Por isso, peço desculpas.
Ele sorri.
Ora, ora. Sua amada Luana lhe pedindo desculpas quando o maior desgraçado foi ele. E ainda o tratando como amigo. Aquilo era inaceitável.
Ora, ora. Sua amada Luana lhe pedindo desculpas quando o maior desgraçado foi ele. E ainda o tratando como amigo. Aquilo era inaceitável.
- Sabe,
Luana... Eu detesto quando você me compara com um simples amiguinho.
Ela se encolhe
assustada. Já estava praticamente deitada no banco do carona, de tanto que se
esquivava. David chega ainda mais perto. Não ligava mais se ela sentia medo.
Medo era bom. Assim ela saberia do que ele seria capaz.
- Isso... –
ele sussurra no ouvido dela. – me perturba profundamente... Você não tem idéia...
- David, por
favor...
Ah, aquele
gemido... Ele iria à loucura. Mas agora era hora de falar serio. Ele a pega e
encosta na porta do carro, esmagando-a com seu peso.
- Preste bastante
atenção, Luana. – ele fala olhando nos olhos amendoados dela. – Você e minha.
Entendeu? Eu quero que você termine com o Alan e nunca mais olhe na cara dele.
- E por que
eu faria isso? – ela fala incrédula, mas um tanto temerosa. – Eu não vou
terminar com ele, David. Não importa o que você fale.
David contrai
o maxilar nervoso. Odiava quando ela tentava colocar um limite no que ele
sentia. Era irritante.
Ele ri e chega mais perto dela e morde seu queixo, lhe arrancando um gemido. Não sabia ao certo se aquele gemido era de suplica ou de desejo, mas estava adorando. Queria vê-la se derretendo de tanto implorar.
Ele ri e chega mais perto dela e morde seu queixo, lhe arrancando um gemido. Não sabia ao certo se aquele gemido era de suplica ou de desejo, mas estava adorando. Queria vê-la se derretendo de tanto implorar.
- E se eu não
quiser? Ahn? – ele a prensa mais na porta do carro.
- David, por
favor, para com isso...
- E por que
eu pararia? – David beija o rosto e a boca de Luana. – Eu amo você. E você e só
minha, Luana. Entenda isso.
Ela o empurra,
fazendo ele se afastar alguns centímetros. Seu rosto lindo e feminino estava
bastante afogueado e sua respiração estava curta. Certamente estava louca de
desejo, mas era orgulhosa demais para admitir.
- Porque eu não
quero. – ela diz com a voz grave e tremida. – Sou noiva do seu tio, David.
Aceite isso, por favor!
A raiva que
sentia era maior do que podia suportar. Novamente ela entrava no maldito assunto
que era noiva daquele desgraçado. A vontade que sentia era de matá-lo!
Em um súbito, David avança para cima de Luana e a derruba no banco, fazendo-a ficar deitada.
Em um súbito, David avança para cima de Luana e a derruba no banco, fazendo-a ficar deitada.
- David!
Sua expressão
era de susto e medo, mas não ligava. A faria saber de uma vez por todas que era
ele por quem ela devia se apaixonar, e não Alan. A faria saber que ele seria capaz
de tudo por ela, e que se dane o resto.
David a agarra e a beija com toda a força. De inicio, ela luta com todas as forças que tem para impedi-lo, mas e em vão. David continua a beijá-la e passar a mão em suas curvas sem pudor algum. Ela era deliciosa, uma deusa. E, por mais incrível que aquilo parecesse, ela estava retribuindo seus beijos molhados e exigentes.
David a agarra e a beija com toda a força. De inicio, ela luta com todas as forças que tem para impedi-lo, mas e em vão. David continua a beijá-la e passar a mão em suas curvas sem pudor algum. Ela era deliciosa, uma deusa. E, por mais incrível que aquilo parecesse, ela estava retribuindo seus beijos molhados e exigentes.
- Você e minha,
Luana. Minha... – ele beija o pescoço feminino. – Eu te amo demais...
David
continua a beijar e acariciar os lábios no pescoço dela quando nota algo
estranho. Algo parecia dilatar. Ele olha com mais atenção e vê que as veias do pescoço
dela dilatavam de tal jeito que ele podia ver sangue. Num súbito, ele se
levanta rapidamente, assustando-a mais ainda. Luana se ajeita rapidamente e se
esquiva para longe dele. Seu pescoço não estava sangrando, mas podia sentir cheiro
de sangue. E era o melhor cheiro que já sentira em toda sua vida. Melhor ate do
que aqueles sangues de bolsa. O pescoço dela não parava de dilatar, e ele já estava
começando a ficar louco. David soca a buzina do carro, fazendo Luana gritar e
se encolher. Ela estava tremendo de medo. Se ficasse mais um pouco com ela, não
teria mais controle do que poderia ser feito.
- Saia daqui,
Luana. Saia agora!
Luana rapidamente
pega sua pequena bolsa de mão e abre a porta do carro, se atrapalhando um pouco. Ela se atrapalha
completamente ate chegar a sua casa, mas em nenhum momento sequer olha para traz. Quando ela rapidamente fecha a porta, David
afunda sua cabeça no volante.
A sensação que tinha era de total desespero. Sua vida estava ficando de mal a pior
a cada segundo, e agora aquilo para completar. Não queria machucar Luana, mas também
não queria ficar um momento a mais longe dela. Ela era seu amor, sua perdição.
A amava mais que tudo no mundo. E saber que nunca poderia tê-la para si era tão,
ou mais, insuportável que não ter seus pais ao seu lado.
David, então, não agüentando mais, solta a represa de tudo aquilo que estava sentindo, chorando por pessoas que o destino insistia em tirar de sua vida.
David, então, não agüentando mais, solta a represa de tudo aquilo que estava sentindo, chorando por pessoas que o destino insistia em tirar de sua vida.
* * *
Luana corre
diretamente para seu quarto, porem notando que
Dolores não esta na sala. Com certeza já devia estar dormindo.
Luana joga sua bolsa no chão e afunda de vez em sua cama. Aquele dia tinha sido o pior de seus pesadelos, sem duvida alguma. Mas agora não podia culpar David. Sabia que ele não era cem por cento culpado de tudo aquilo. Agora entendia o quão carente e problemático ele era. Alguma coisa em seu passado o deixou daquela forma, e agora queria poder entende-lo, conhecer seus demônios pessoais. Contudo, a verdade e que sentia tanto medo dele que não sabia mais o que fazer. Tentara conversar com ele no carro, mas seu plano dera totalmente errado e, para piorar, ele havia roubado mais beijos seus. Nunca o vira tão louco e assustado como naquela hora.
O que será que estava acontecendo com ele? Por que ele era assim? Por que não podia fazer nada para ajudá-lo?
Eram tantas perguntas que assolavam sua mente que a faziam ter vontade de chorar por sua incapacidade. Então, Luana começa a chorar e tremer muito, abraçando seu travesseiro. Não podia evitar. Aquilo era ainda mais forte que ela. E o mais doloroso de tudo e que não sabia o que fazer.
- David... Luana joga sua bolsa no chão e afunda de vez em sua cama. Aquele dia tinha sido o pior de seus pesadelos, sem duvida alguma. Mas agora não podia culpar David. Sabia que ele não era cem por cento culpado de tudo aquilo. Agora entendia o quão carente e problemático ele era. Alguma coisa em seu passado o deixou daquela forma, e agora queria poder entende-lo, conhecer seus demônios pessoais. Contudo, a verdade e que sentia tanto medo dele que não sabia mais o que fazer. Tentara conversar com ele no carro, mas seu plano dera totalmente errado e, para piorar, ele havia roubado mais beijos seus. Nunca o vira tão louco e assustado como naquela hora.
O que será que estava acontecendo com ele? Por que ele era assim? Por que não podia fazer nada para ajudá-lo?
Eram tantas perguntas que assolavam sua mente que a faziam ter vontade de chorar por sua incapacidade. Então, Luana começa a chorar e tremer muito, abraçando seu travesseiro. Não podia evitar. Aquilo era ainda mais forte que ela. E o mais doloroso de tudo e que não sabia o que fazer.
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