A Noiva do Drácula
Capítulo 23
Era hora de ir para casa. Seu
ódio era tamanho, e queria acertar as contas de uma vez por todas com o tio
miserável. Iria fazê-lo entender de vez o que aconteceria se continuasse se
metendo em seus assuntos.
David dá partida com seu carro rumo à mansão. Ao chegar lá, entra como um touro
selvagem pela sala de estar, prestes a atacar quem quer que fosse. Seu ódio era
mais intenso que o normal, e tinha certeza que essa seria uma longa noite.
- Alan! – ele irrompe numa voz estridente. – Alan!
Seus tios e as criadas adentram a sala, assustados com os
gritos de David.
- O que houve, David? – Ivan pergunta indo até ele.
- É melhor que você não se meta. – David olha para Alan, que
o encara com certa estranheza e descontentamento. – Esse assunto é entre ele e
eu.
- Mas qual é o seu problema, David? – Alan avança um passo,
olhando-o com certa irritação.
Certamente, ele queria provocá-lo, fingindo não entender o
que estava havendo. Maldito desgraçado...
David avança um passo na direção de Alan e o encara.
David avança um passo na direção de Alan e o encara.
- Pare de ficar com essa cara de fingimento, seu merda! Você
roubou a minha mulher, e eu quero ela
de volta!! – David rosna furioso.
Alan sorri e estreita os olhos. O desgraçado ousava rir
dele!
- Sua mulher? Mas do que você está falando?
- David. Alan. Não entendo o que está acontecendo, mas tem
como vocês pararem? – Ivan fala olhando de um para o outro.
David ignora Ivan e continua encarando Alan, que o encara de
volta.
- Sim. Minha mulher! Ela é minha. A Luana é minha, e você
sabe disso!
Alan franze o cenho.
- Então, quer dizer que você era algum tipo de namorado
dela?
- Não. – David avança mais um passo em direção ao tio. –
Nunca fui namorado dela. Mas mesmo assim, ela é minha! E ninguém vai tirá-la de
mim, nem mesmo você!
- Sinto muito, David.
O que? David
franze o cenho. Mas o que ele queria dizer? Desistiria de Luana?
- Sinto muito mesmo. – Alan diz. – Mas não vou desistir
dela.
Como ele ousava? Como podia dizer aquilo como se não
importasse nada?
- Como é que é? – David fala entre
dentes.
O ódio que estava sentindo era
ainda maior que antes. Quem aquele maldito pensava que era?
- Alan... – Ivan olha com surpresa
para o irmão. – Então, você...
- Eu não sabia. – Alan olha de
Ivan para David. – Não sabia que a garota que David amava e Bela Lua fossem a
mesma pessoa.
Como poderia ser tão cínico? Não
podendo mais controlar seu ódio, David cerra a mão em punho fechado e acerta um
soco em Alan, que é jogado no chão.
- David! - Ivan grita, correndo
para socorrer o irmão maios novo.
David olha com fúria para Alan,
que está limpando o sangue que lhe escorre pelo nariz.
- Seu desgraçado! Você está
fingindo! Sabia muito bem que eu a amava, e armou pra cima de mim! Era tudo
parte de seu plano maldito!!
- David, tente se controlar! –
Ivan fala enquanto ajuda seu irmão a ficar de pé.
- E você não se meta!! – David
ralha com Ivan. – Esse assunto é somente entre ele e eu! A não ser que você
também esteja metido nisso!
- Você está ficando louco? – Ivan
fala olhando indignado para o sobrinho furioso.
- Deixe-o. – Alan diz conseguindo
se recompor rapidamente. – David já está começando a perder o controle,
exatamente como você previra, Ivan.
David contrai o maxilar olhando
para Alan com puro ódio. O desgraçado estava claramente dizendo que ele não
passava de um mestiço imundo e selvagem que precisava ser controlado. É claro
que já devia estar acostumado, pois ouvira aquilo a vida inteira. Mas ainda
assim, ouvir dele naquele exato momento o deixava com ainda mais ódio.
- Perder o controle? – David rosna
encarando-o. – Garanto que você ainda não viu nada.
- Não, jovem sobrinho. – Alan
fala. – Você ainda não viu nada.
Dizendo isso, Alan estende sua mão
direita na direção de David e, numa incrível força invisível, o empurra contra
a lareira da sala, quebrando algumas pedras que a adornavam.
- Alan, não faça isso! – Ivan
suplica ao irmão, quando o mesmo está caminhando na direção de David,
esmagando-o na lareira.
David tenta respirar. A força que
o prendia ali era quase esmagadora. Alan era incrivelmente forte. Ele não tinha
chance.
- Não se preocupe, Ivan. – Alan
fala para o irmão, ainda olhando David. – Apenas estou tentando acalmá-lo.
David está muito nervoso.
- Acalmá-lo? – Ivan pergunta. –
Assim você só estará o irritando ainda mais!
Por mais que tentasse sair dali,
não conseguia, pois a força que o prendia era ainda mais poderosa e superior a
sua. E o que mais estava lhe matando era a expressão de pena no rosto de Ivan,
e o olhar de superioridade de Alan. Eles agiam como se ele não fosse nada além
de um verme digno de pena. Não eram nem um pouco diferente da Elite. Todos eles
eram iguais. Todos.
- Desgraçado... – David consegue
dizer após tentar recuperar o fôlego, apesar de toda a pressão daquela força
descomunal.
- Dizer coisas tolas a meu
respeito não vai te tornar superior, David.
David o encara enfurecido.
- Me tornar superior?! Você é um
desgraçado maldito ao achar que sou inferior a você! Tanto ao ponto de roubar a
mulher que eu amo!!
- Eu não sabia.
David o encara. Mas, o
que?
- Não sabia que Bela Lua era a
mulher que você tanto mencionava e dizia amar. Não sabia que ambas eram a mesma
pessoa.
- Mentira! – David rosna. – Você
sabia de tudo, seu maldito!
Alan meneia a cabeça, olhando-o
com irritação.
- Você está descontrolado, David.
Acusou a mim e ao Ivan de saber que era a Bela Lua a mulher que você amava, mas
nós não sabíamos. Seu ódio lhe cega.
- O nome dela não é Bela Lua, seu
desgraçado! É Luana!!
David já não estava mais
conseguindo se controlar. O ódio descia por cada uma de suas veias, fazendo-o
sentir uma única vontade, que era matar Alan. Contudo, Alan era mais forte.
- Eu a chamo como quiser. Ela é
minha noiva, David. E você vai ter que se acostumar com isso.
David grunhe furioso, tentando se
soltar da pressão que a força de Alan estava fazendo sobre ele. Era um maldito.
A sorte dele é que estava preso, pois sua vontade era de matá-lo.
- Eu juro, Alan. – David fala
entre dentes. – Eu vou matar você.
Alan o analisa por um breve
momento.
- Bem, até lá você terá que ficar
mais forte que eu. – ele o solta.
David cai no chão, colocando a mão
no peito. Aquela pressão era tão esmagadora que sentia que lhe faltava o ar.
Ele olha para Alan e Ivan, que o encaram. Sua raiva era mais forte que qualquer
outra coisa que já sentira. Estava tremendo de puro ódio. Mas Alan estava
certo. David era mais fraco que ele. Mas tinha certeza que chegaria o momento
em que o destruiria sem nenhuma piedade.
David se levanta e o encara fixamente.
David se levanta e o encara fixamente.
- Eu vou ficar mais forte que
você, pode ter certeza. – David olha para Ivan. Shartene e Miranda tinham
acabado de chegar e observavam acena, assustadas. – Vocês, vampiros, acham que
mestiços não podem chegar aos pés de vocês, não é? Não passamos de vermes pra
vocês. – ele volta a encarar Alan, que também o encara. – Mas isso vai acabar.
Pois sinto que vou ficar ainda mais forte, e todos vocês vão tremer.
Principalmente você. – David rosna.
- David. Por favor. Pare com isso.
– Ivan diz, entrando no meio do irmão e do sobrinho. – Pare, Alan.
Alan suspira profundamente.
- É uma pena que você pense assim,
David.
David contrai o maxilar. A maldita
vontade que sentia de matá-lo, mas não podia. Aquilo estava acabando com ele.
Sentia como se o mundo inteiro estivesse contra ele, tudo acontecia para
estragar sua vida. Teria que ir para seu quarto botar as emoções para fora. Não
faria isso na frente deles, pois já era visto como inferior, até mesmo pelas
criadas.
David encara Alan mais uma vez.
David encara Alan mais uma vez.
- Eu vou infernizar sua vida, como
você está infernizando a minha. Não fique achando que ela é sua, pois nunca vai
ser. Ela é minha, Alan. Ela é minha desde o primeiro momento em que a vi. E não
vou desistir dela, está me ouvindo? Nunca.
David sai da sala, deixando-os
para traz, e sobe a escada em direção ao seu quarto. Ele bate a porta com
força. David caminha até o grandioso e lindo quadro de Luana. Céus, ela era tão
linda. Tão perfeita. Por que o destino tinha que brincar mais uma vez com seus
sentimentos? Por que tudo dava errado em sua vida? Aceitaria tudo de mal que
viesse, mas não perder Luana. Ela era sua vida! Não se imaginava sem ela nem em
sonho. E aqueles lindos olhos suplicantes e assustados que olhavam para ele no
carro... Não queria que ela tivesse medo dele. Queria que ela o amasse. Mas agora
não sabia de mais nada. Agora seus impulsos sombrios eram maiores do que
qualquer outra coisa.
- Por que, Luana? – ele pergunta
para o retrato no quadro. – Por que você me trocou por ele? – uma lagrima cai
de seus olhos. – O que ele tem que eu não tenho, hein? O que faz dele melhor? É
por que sou um mestiço imundo, não é? – David acaricia seu rosto no belo
quadro. – Você pensa igual a eles? Hein? Me diz, Luana... – ele bate com o
punho fechado na parede, mas não com muita força, embora quisesse quebrar tudo
ali. – Não, você não. Se você pensar igual a eles, eu juro que morro. – ele
olha para o rosto sorridente no quadro enquanto seu rosto é banhado por mais e
mais lagrimas. – Eu te amo, Luana... – diz com a voz tremida pelo choro. – Eu
faria qualquer coisa por você. Qualquer coisa. – ele respira pesadamente. – Me
diz logo, Luana. Me diz.
A verdade é que se sentia tão
desesperado de amor que estava começando a delirar. Não estava mais pensando
como antes. Sua mente estava a mil, e sabia que a qualquer instante
enlouqueceria.
- Me diz, Luana! – ele levanta a
voz, afastando-se do quadro. – Quero que você me diga. Quero que você olhe em
meus olhos e diga que não sente nada por mim. Eu não quero ser apenas seu
amigo, que droga! Quero ser seu homem, Luana. Apenas eu, e mais ninguém! Você
ouviu?
David levanta seu braço e acaricia
o rosto sorridente.
- Diz que ouviu, por favor. Diz
que é minha, e só minha.
Ele olha perdido para aquele rosto
perfeito da foto. Mas por que ela não lhe respondia? Por que brincava tanto com
seus sentimentos e os pisava como se fossem lixos? Por que a vida tinha que ser
tão desgraçada?
David ri em desapontamento.
David ri em desapontamento.
- Você o ama, não é?
Ele engole em seco, e pega o
celular em seu bolso. Como Alan podia ser tão cínico? Estava arquitetando
aquilo desde o começo, o maldito. Então, em um ataque de fúria, David lança o
aparelho contra a parede, estilhaçando-o todo. Mas aquilo ainda era pouco para
poder conter sua raiva. Queria quebrar tudo ali. Colocar aquela casa abaixo.
Descontar em qualquer outra coisa, pois não era nem mesmo páreo para Alan. Não
era páreo para nenhum dos vampiros puros e arrogantes. Inclusive a Elite. David
continua a quebrar tudo no quarto, jogando tudo pelos ares, menos o quadro de
Luana. Queria descarregar todo o ódio que estava sentindo, só assim se sentiria
mais livre. Porém, não havia nenhum toque de liberdade em toda aquela fúria. Ao
contrário; se sentia pior. A sensação era desesperadora, esmagadora. E a maior
vontade que sentia no momento era deixar de existir. Entretanto, se deixasse de
existir, não teria Luana.
David deixa-se cair no chão, já com lágrimas escorrendo de seus olhos, encostando-se na cama já quebrada e com lençóis esparramados. Sua vida, definitivamente, era uma desgraça.
David deixa-se cair no chão, já com lágrimas escorrendo de seus olhos, encostando-se na cama já quebrada e com lençóis esparramados. Sua vida, definitivamente, era uma desgraça.
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